Sobre Nós

Num país como o Brasil, a chegada da Copa do Mundo motiva, mas não é nem de longe ela que faz com que tenhamos uma relação de amor com esse esporte.

Nossa ligação vem de longe, nosso amor pelo futebol, pelos nossos clubes, pelos nossos ídolos já vem de quase cem anos e também não vai durar somente até julho do ano que vem…

Mas é inegável que a Copa estimula a produção de materiais específicos, que todas as empresas voltam sua comunicação e seu marketing com vistas para o evento e que as mais diversas mídias procurem sua inserção nessa pauta comum.

Dentro desse pensamento, uma das atividades mais interessantes é a produção de documentários mostrando a história do futebol no nosso país. No mesmo tempo que estimula essa idéia de que assim como Deus, o Futebol também é brasileiro, e esmiúça nossa longeva paixão pelo esporte, torna-se um material importante para a documentação histórica e social de nosso país. O Brasil independente, de história tão curta, tem no futebol um dos pilares da construção de um sentido de nação. O futebol nos identifica como brasileiros, assim como várias de nossas criações culturais. O futebol está na nossa cultura.

Mas essa sanha por documentar nosso futebol não é tão recente. Entre “Garrinha, a Alegria de um Povo”, de Joaquim Pedro de Andrade e os recentes documentários sobre as conquistas dos times brasileiros, que moveram as multidões do estádio para o cinema, o mundo do áudio visual sempre reconheceu a importância de documentar, de registrar tudo o que envolve o esporte.

Outro aspecto a ressaltar, antes de falarmos no nosso projeto propriamente dito, é que, está certo, o futebol é um esporte coletivo e coisa e tal, mas ele sempre serviu para criar ídolos e grandes personagens. A figura, o indivíduo que se destaca perante a grande engrenagem que banca esse caro entretenimento. 

E enquanto teve sua vida ligada ao futebol, poucos desses personagens despertaram tanta simpatia e tanta identificação com o público como o massagista Mário Américo. Muita gente com mais de cinquenta anos pode até esquecer o nome do lateral esquerdo na copa de 70, mas sempre vai lembrar do Mário, correndo pelo campo para ver o que teria acontecido com nossos craques. Ele elevou a presença do massagista em campo. De repente todos começaram a prestar mais atenção naquele homem negro, grande que entrava com sua aguinha milagrosa e tirava nossos craques das dores, das câimbras e até do fingimento, do que no jogador que se contorcia no chão.

Contar a história e as histórias de Mário Américo é enxergar o futebol sobre outra ótica, do ponto de vista de quem está ali não por que o futebol é um esporte bonito, articulado, vigoroso e rentável, mas está ali por que o futebol também machuca. Faz doer.

Mário participou de sete copas do mundo, trabalhou no Madureira, no Vasco da Gama e com seu jeito carismático e sua credibilidade se tornou uma referência no futebol, um dos seus mais queridos personagens.